sexta-feira, 20 de maio de 2011

Carretas foram deslocadas para mina de urânio em Caetité (BA), nesta sexta

Comissão precisará ser criada para fiscalizar descarga das 90 toneladas.
Veículos estavam em pátio da PM há cinco dias, por protesto da população.

 As nove carretas com material radioativo conseguiram sair do pátio da Polícia Militar, no município de Guanambi, na madrugada desta sexta-feira (20), em direção à mina de urânio localizada na cidade de Caetité, a 757 km de Salvador e 141 km de Bom Jesus da Lapa. Após acordo realizado na tarde de quinta-feira (19), a Comissão Institucional Provisória entrou em consenso sobre a liberação do transporte das 90 toneladas para a mina, de propriedade das Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Na ocasião, a estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia não informou a data e a hora do deslocamento, alegando motivo de segurança. Pelo menos duas mil pessoas desta região do sudoeste baiano bloquearam a passagem da frota na madrugada de segunda-feira (16), temendo conter lixo radioativo. Desde então, o presidente da INB, Alfredo Tranjan, tenta explicar e convencer a população de que a carga se trata de concentrado de urânio, segundo ele, mesma matéria produzida na mina.
 Durante reunião de quinta (19), que durou quatro horas, ficou decidido que o material radioativo será mantido lacrado até que os requisitos de segurança sejam averiguados, principalmente voltados para a proteção dos trabalhadores e do meio ambiente. Também ficou estabelecida a criação de uma comissão permanente, a ser criada pela Prefeitura de Caetité, responsável por acompanhar e fiscalizar o descarregamento do material. Além disso, a INB se comprometeu em revisar o plano de comunicação social, que será requerido pelo Ibama.
Inquérito
 Ainda na quinta-feira foi instaurado um inquérito civil público com o objetivo de investigar a origem, as características, a finalidade e o destino final da carga radioativa pelo Ministério Público Federal (MPF) em Guanambi.
 De acordo com o procurador da República Vladimir Aras, o prazo normal de duração de um inquérito é de 30 dias, mas como algumas ações foram adotadas antecipadamente – a exemplo do ofício que foi encaminhado para as Indústrias Nucleares Brasileiras (INB) na última segunda-feira, solicitando esclarecimentos sobre a carga transportada – este caso especificamente vai durar de 10 a 15 dias para ser concluído.

Reprodução do G1

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