Perguntas dos leitores
Veja a resposta sobre os diversos temas sugeridos pelos leitores do Informe GBJ, através de uma rede social.
Informe GBJ - O problema da segurança pública tem sido umas das maiores preocupações da população. Já tem estudos sobre o que pode fazer para amenizar?
HF - É preciso estabelecer parcerias entre polícia militar, polícia civil e polícia federal num sistema de inteligência, para que a polícia chegue nas informações com a maior precisão possível. Para gente resolver o problema, ou pelo menos, amenizar os índices de violência. Além de aumentar o efetivo de policial, aumentar a estrutura com carros, armas não é o meu estilo. E o que na verdade eu gostaria de investir muito na educação e na assistência social.
Informe GBJ - O que já está pensando sobre as propostas para o esporte e a cultura lapense?
HF - O esporte, talvez muita gente não saiba, mas eu já venho há algum tempo tentando, por que eu acredito muito no esporte. Não só como um meio para trazer o jovem para a interação, mas até econômica. E em 2005 nós conseguimos que a Lapa Taekwondo, do nosso diretor professor Valdemir, fosse até o ministro do esporte. Eu sei que o projeto quando conseguiu renovar, se eu não me engano, o primeiro projeto foi R$12 mil, o segundo foi R$30 mil, depois foi R$60 mil, o último projeto que ele estaria conseguindo em Brasília seria de 283 mil reais só para a academia dele. Nós temos muito dinheiro para o esporte e um interesse muito grande. E o esporte não é só futebol. É compreender que o esporte é muita coisa. Inclusive usar essas lagoas nossas que poderiam ter competições aquáticas. O que nós podemos fazer no esporte é muito amplo. O que falta, na minha visão, é projeto e pessoas capacitadas. E tenho certeza que é possível. Temos pessoas dentro do ministério do esporte que têm todo o interesse em nos ajudar e na secretaria estadual. A nível da cultura, nós sabemos que temos uma cultura muito rica. Desde esses poetas, artistas, com música de novela, temos aí Zeca Bahia e outros, mas eu não falo só disso. Nós temos chula, roda de São Gonçalo, samba, isso só os que eu conheço. Nós temos quilombos, terreiros. E tudo isso não é trazido. Nós podíamos ter uma semana da cultura em que tudo isso pudesse aparecer. A imagem do carnaval chegou forte aqui e agora nós vamos ter que trabalhar, gradativamente, mas eu me comprometo. Eu já saí daqui para ir ao Bandeira para acompanhar uma roda de São Gonçalo, um samba e os ‘cara cantar’ uma chula porque eu acho isso enriquecedor para mim. Eu acho que isso é bom para nós. Por que não incentivar nossos artistas? (...) Nós não temos um grande teatro municipal e a gente precisava ter. E eu sei que o Ministério da Cultura e a Petrobrás têm dinheiro para fazer isso. E eu gostaria de ver um grande teatro municipal aqui na Lapa. Para colocar três mil pessoas sentadas. Eu queria uma coisa de qualidade. (...)
Informe GBJ – Quais os projetos para a educação?
HF - Para mim, além da mudança no estilo da aula, o professor tem que ganhar, não tenha dúvida disso. A aula deve ser dada com mais recursos tecnológicos, além disso tudo, nós precisamos ter um ensino em que a pessoa perceba a aplicação prática do conhecimento.
Informe GBJ - A respeito das discussões sobre o novo plano de carreira do município, você já tem conhecimento? Qual a sua opinião sobre a forma como estão sendo conduzidas as negociações?
HF - Eu não tenho todas as informações. Eu participei de alguma coisa. Até onde eu participei, eu vejo que está sendo feito com muita responsabilidade. Por que a empresa contratada é a melhor do Brasil. É referência para outros países, o Instituto Brasileiro de Administração Municipal , o IBAM. São pessoas muito preparadas. Mas aí você pergunta: poderia ter mais participação? Poderia. Eu não sei qual foi a avaliação do instituto, por que eu senti muita experiência neles, sobre a participação das pessoas. No começo de janeiro, quando eu estava na prefeitura, eles vieram e a primeira coisa que eu fiz com eles foi uma reunião com os vereadores. (...) Não é uma coisa do prefeito é do município. Uma coisa que interessa a todos. E a segunda coisa foi uma reunião com o sindicato. (...) eu percebi até onde fui, que sempre há uma expectativa financeira maior do que o que a gente realmente tem. Ou seja, sempre quer ganhar. É normal. Mas deu para perceber, até onde eu vi, que tem uma progressividade importante. As pessoas, com o passar do tempo, melhoram, se estruturam. É animador apesar de num primeiro momento não aparecer no contra-cheque o que ele está esperando. Não dá para dar o aumento que a gente gostaria de receber. Eu sinto que o sindicato está firme, a secretaria tem representante dos trabalhadores. Eu não tenho uma avaliação completa, mas até onde eu vi não tenho muito o que discordar.
Informe GBJ - O problema de infraestrutura da cidade para receber todos os anos os milhares de visitantes é histórico. Há algum projeto para a melhora desse problema?
HF - Nós já percebemos que isso extrapola o nosso poder. Isso nós temos que fazer em consonância com os governos estadual e federal. Já sentamos com o Santuário, que é uma organização forte e não apenas a interessada, é a originária, começou com Santuário. E eles já têm clareza que a gente só não dá conta. Mas já sabemos que o governo estadual e federal vai ajudar, tanto é que o governador veio aqui. Eu tinha ido lá (em Salvador), conversado, pedi audiência, padre Roque mandou comunicado, e ele (o governador) falou “eu vou aí”. Para sinalizar que ele tinha interesse em dar atenção especial ele veio cá por que é muito amplo. É desde o estacionamento ao banheiro público, à rua. Tem rua em que não passam dois ônibus. Ou melhor, tem rua que não passa um ônibus mais os camelôs. Numa cidade que cresce e que a tendência é aumentar o número de turistas é impraticável. Nós temos que repensar ela toda. Repensar em anéis de circulação. Tem de haver uma forma de o romeiro deixar o local. (...) O embelezamento da cidade. Nossa cidade precisa respirar o morro do Bom Jesus. (...) Não é por que eu sou católico, é por que a cidade começou pelo morro e isso não pode ser negado. Então tem que ter um processo de embelezamento da cidade e isso tem que ser contemplado e junto com o rio São Francisco que é outra bênção. Mas o investimento é muito grande. Você não resolve isso de uma vez, mas gostaria de estar na prefeitura para dar o ponto de partida. O projeto já está pronto e nós estamos conversando sobre isso.
Informe GBJ - Então poderíamos dizer que o seu projeto de governo é uma continuação do governo de Roberto Maia?
HF - Em muita coisa parecida. Uma pessoa do ministério disse que todos os projetos de Bom Jesus da Lapa que chegam são aprovados. Como é que não continua isso? Então, a elaboração dos projetos com toda a qualidade que já existe. Nós chegamos aqui há um tempo atrás e o Rio das Rãs perdeu uma escola para Sítio do Mato por que a prefeitura não tinha documentação regular. Eu estava presente. Era o exército que vinha fazer, não teria nenhuma despesa. Mas a prefeitura não estava com nenhum documento regular. Então, manter tudo regular e partir para o aperfeiçoamento. Eu acho que é como o plano de Roberto: tem que ter uma praça, tem que ter uma creche, tem que ter um posto de saúde, tem que ter uma quadra. Todo bairro deve ter os seus instrumentos básicos. A cidade toda tem que estar asfaltada, toda saneada. A preocupação nossa com a moradia, nós temos que chegar ao ponto de que toda pessoa tenha sua casa.
Informe GBJ - Você disse que sua gestão seria um aperfeiçoamento do atual prefeito. Mas, o que você faria de diferente?
HF - O PT tem marcas, como eu estava dizendo no começo, participação popular no controle social e transparência. Não estou dizendo que Roberto não faz isso. Estou falando no que o PT projeta. A primeira coisa que a gente investe numa gestão petista é a participação popular e transparência nas contas públicas. Por que é responsabilidade. Não se tem confiança naquilo que você não participa e não está entendendo. E eu sempre trabalhei com muita confiança. Eu não disse isso, mas quando eu cheguei aqui, contratado pela diocese, eu tinha uma procuração para administrar dinheiro. E quando eu saí para a política ele (o bispo) não queria que eu saísse. E isso é confiança. Eu quero estar na prefeitura por confiança. Quero que as pessoas participem e vejam as contas. ‘Olha o prefeito realmente não está roubando’, por que às vezes a gente não está roubando, mas a pessoa pensa que está. (risos). Então, Gisele, primeiro a sociedade precisa participar do governo e precisa ver o dinheiro do governo. Fora isso, as pessoas mais pobres. São elas que precisam mais de água, comida, moradia, trabalho, escola, saúde... Realmente começa por aí.
Informe GBJ – Pode fazer suas considerações finais. Acrescentar algo que seja importante.
HF - Nós não podemos apenas esperar que outros façam. Nós precisamos chegar e dar a mão e dizer “eu também quero ajudar a construir” por que o mundo não será melhor por que os outros quiseram, será melhor se eu também fizer.
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