Depois de alguns dias, o Informe GBJ publica a íntegra da entrevista com Hildebrando Ferreira, vice-prefeito e atual secretário municipal de obras, que almeja representar a situação no pleito de 2012, encabeçando a chapa do PT.
Biografia
Hildebrando Ferreira - Eu nasci num município chamado Condeúba, só que era um povoado do município chamado Guajerú. Eu nasci e me criei no campo até meus 15,16 anos. A partir daí eu vou estudar nas escolas-familia, viro monitor. Das escola-família eu vou para Paulo Afonso, onde trabalho lá com a Pastoral Rural, de lá eu venho para cá e trabalho na Pastoral da Terra, que chama aqui CPT. E aqui eu participo da fundação da ASA – Articulação do Semi-Árido. (...) Eu filiei ao em 1987, 24 anos atrás, por que o PT tem a mesma construção dos projetos populares. Eu moro aqui desde 99. Me casei e tenho três filhos que nasceram aqui.
Informe GBJ - O que levou a querer entrar para a política?
HF - Eu recebi convite para entrar na política desde os 19 anos e eu sempre dizia “não estou preparado. Eu só vou entrar na política depois dos 30 quando eu tiver vivido o suficiente, aprendido o suficiente, mas um dia eu vou assumir”. (...) Por que a política é muito séria. Eu acho que ser honesto com dinheiro do povo é o mínimo, mas eu topo com muita alegria.
Informe GBJ - O que acredita que pode fazer que outros ainda não tenham feito?
HF - Eu tenho certeza de uma coisa: hoje eu tenho experiência acumulada que outros não têm. Não é que eles não possam adquiri, se eu adquiri os outros também podem. Mas, no momento eu tenho. A outra coisa é a afinidade política. Eu sou do PT há 24 anos, nós temos um governador do PT que tem o mesmo tempo de partido ou até mais que eu. Eu tenho acesso a todos os órgãos do governo estadual e federal. E em todos os órgãos do governo estadual e federal eu tenho alguém lá dentro que me ajuda a tirar os projetos de lá. Então, eu tenho certeza de que posso fazer um bom trabalho para Bom Jesus da Lapa e resolver todos os projetos que aparecerem por lá. Não tenho dúvida disso. Tenho mobilização política, força política e, no momento, experiência acumulada. E não é o caso de outros que são de outros partidos.
Informe GBJ - O senhor se sente capacitado para administrar uma cidade como Bom Jesus da Lapa?
HF - Plenamente capacitado. Eu não vou dizer que sei tudo por que a cada dia a gente aprende uma coisa nova. Mas eu estou preparado a nível da experiência política, a nível da força política organizada, tanto aqui quanto lá em Salvador e Brasília, disso eu não tenho dúvida. E a nível de outras certezas que a gente precisa ter. Trabalhar com dinheiro não é fácil. A gente sabe que o dinheiro corrompe as pessoas. E aqui topo o desafio com toda a tranqüilidade. Inclusive, gostaria que Bom Jesus da Lapa pudesse ver uma gestão que prestasse contas, que chamasse o povo ou não praça ou na prefeitura e mostrasse as contas, onde ele aplicou (o dinheiro), quanto aplicou, com toda a transparência possível. Chamando a população para participar do orçamento, isso é prática nossa do PT que eu gostaria de fazer. E eu acho que nós vamos conseguir fazer por que as coisas caminham nessa direção.
Informe GBJ - Quais alianças estaria disposto a fazer?
HF - Sempre tivemos alianças PT, PCdoB, PSB, todos partidos de esquerda com tradição. Mas nós, nos últimos anos, nós fizemos alianças muito amplas e a gente costuma dizer que apoio não se dispensa. Além disso, nós temos um acordo com o PMDB. Nas eleições passadas nós fizemos um acordo que em 2008 eu seria vice e em 2012 eles receberiam o vice do PMDB. Esse acordo foi feito e ninguém disse não. Nem o prefeito do PMDB (Roberto Maia) disse não, nem eu disse não. Então, se ninguém disse ‘não’ o acordo está mantido.
Informe GBJ - Já que você tocou nesse assunto de ser o candidato da situação, aproveito para perguntar. Pesquisas apontam que, inclusive no site Bahia Notícias fala sobre, Eures Ribeiro teria 62% das intenções de votos caso as eleições fossem hoje. Como você acredita que pode reverter essa situação?
HF - O deputado nunca parou a sua campanha. Eu e outros pré-candidatos não fizemos campanha até agora. Nós estamos simplesmente trabalhando. Que eu acho que é a forma correta. Não é momento de fazer campanha, é momento de trabalhar. E, por exemplo, nas eleições passadas quando achavam que Dilma não ia a lugar nenhum com 10% (nas primeiras pesquisas) e Serra com quase 50% tem gente que achava que a eleição já estava definida. Não era verdade. Fomos em frente e Dilma hoje é presidente da República. Eu acredito que no momento em que for para as ruas, que mostrar as propostas e colocar o que temos feito e o que vamos fazer acho que o jogo vira, eu não tenho dúvida. Eu sinto que a sociedade espera que tenha um candidato do PT para a gente alinhar Governo Federal, Governo do Estado e facilitar, criar um caminho direto. E ainda tem pessoas que têm dúvidas de que eu sou candidato. Pessoas me perguntam: “Você é candidato?”. Isso por que eu não saí por aí falando. Estamos trabalhando com ética e coerência. Não é momento de antecipar as campanhas e nós precisamos é trabalhar. Eu sou o candidato da situação. As pessoas esperam da gente (dele e do prefeito Roberto Maia) serviço. É o que estamos cuidando agora.
Informe GBJ - Você disse que a aliança PT - PMDB está mantida. Mas, caso essa aliança fosse desfeita você continuaria a ser o candidato do PT?
HF - Com certeza! A minha pré-candidatura no PT independe de outros partidos. Apesar de que eu digo sempre que candidatura não se impõe, a gente constrói ou conquista. Na democracia não se impõe nada. É que diante do acordo que a gente fez nesses últimos seis anos, o sinal que a sociedade dá e o projeto que Partido dos Trabalhadores tem para Bom Jesus da Lapa é uma candidatura petista. Têm outras pessoas, mas o meu nome tem se destacado. Agradeço e reconheço e fico com a responsabilidade de cuidar disso. E vamos estar cuidando independente do que aconteça com outros partidos que tem seus candidatos e reconhecemos. Mas, diante da condição que a gente tem, em 2012 é candidatura para prefeito para ganhar a eleição.
Informe GBJ – Essa pergunta foi sugerida por um leitor do Informe GBJ. Em 2004, o senhor foi candidato a prefeito pelo PT, disputando o pleito com Roberto Maia. O que mudou entre 2004 e 2008 que o fez coligar-se aos Maia e sair como vice?
HF - Boa pergunta (risos). Em 2004, eu fui candidato à prefeito; Roberto foi candidato; Ricardo Ferraz e Riolando Barbosa também. Fomos quatro candidatos. Na próxima eleição (2012) me parece que teremos mais de quatro candidatos, o que eu acho muito bom. O que acontece: entre 2004 e 2008 aconteceu uma eleição de governo e nessa eleição o prefeito de Lapa, que era Roberto, veio a apoiar Jacques Wagner. E ao apoiar Jacques Wagner ele, inclusive, sai do PSDB, que é um partido que a gente (PT) não tem acordo. A gente não tem acordo nem com o PSDB nem com o DEM. É importante ficar claro isso. Se Roberto Maia continuasse no PSDB não tinha conversa. Ele e Arthur (Maia) saíram do PSDB e foram para o PMDB que era vice de Wagner. Quem recebe apoio precisa dar apoio. Se eles apoiaram (Wagner) eu tinha obrigação de apoiá-los. Nós fizemos a composição de que em 2008 eu seria vice para em 2012 eles indicarem. Nasceu aí o acordo.
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